
E, pronto, depois de nove horas a viajar (não, não vim de carro, nem o ponto de partida era o Brasil...), ei-lo de volta! Cheio de saudades da Maria Rita que, tadinha, lá teve de acordar para matar o vício de sorriso ao papi. Para trás, quatro dias a acordar às seis da manhã e a deitar à uma/duas (pois, andreia, não eram férias...); para trás, brutais tempestades de neve que, em minutos, deixavam tudo branco à nossa volta e colocavam em causa a segurança da nossa viatura; para trás, a simpática cidade de Wuppertal (conhecida pelo seu velhinho comboio suspenso e pelos Mundiais de hóquei em patins) e a bonita mas desinteressante Dusseldorf (tirando as margens do Reno, nada mais a assinalar); para trás, constantes refeições em restaurantes de cozinha internacional (gregos e italianos à cabeça, com passagem pela Argentina) que esta rapaziada germânica não tem grande jeito para a cozinha...
Wuppertal Dusseldorf Dusseldorf
Pior mesmo foi o regresso. Com escala marcada para Munique, a preocupação assaltou-me desde cedo: nos últimos três dias, os telejornais alemães abriram incessantemente com notícias de novos recordes de queda de neve em Março na zona de Munique.
Bom, em Dusseldorf, à espera de autorização de Munique para levantarmos voo, foram só duas horas e meia dentro de um avião parado na pista; o voo Munique-Lisboa já era...
Autorização confirmada, lá seguimos viagem. À chegada, fomos imediatamente informados, de que a neve também atrasara obviamente as partidas e de que tínhamos dez minutos para chegar à porta de embarque. Corrida brutal, tipo fuga à polícia, dezenas de olhares estranhos, etc, e lá chegámos a tempo... «Pensei que já não conseguiam», sorriu a assistente de bordo. Preocupação para quê? Afinal, mais três horas dentro do avião, na pista, com direito a um copo de água, um gordo a insistir que não saía da fila da saída de emergência, nem por motivos de segurança, nem por nada, porque era... «business man». Raio do tuga, mais o dinheiro que não compra educação!!!
Meia noite e meia, lá aterramos finalmente em Lisboa. «S-L-B! S-L-B!», dezenas de lamps invadem já o aeroporto. Lá ficamos a saber que o benfas ganhou. Tá bem!
Agora, ao que interessa... Em viagem tão rapidinha consegui perder:
- a noite dos Óscares;
- o segundo episódio da segunda série do Lost (Perdidos);
- o Koke a marcar dois contra o autocarro do Gil;
- o Zezinho a levar segunda dose de porrada em Barcelona;
- o benfiquinha a humilhar o campeão europeu;
- quatro dias de uns sorrisos que derretem a neve e tuditudo e que só a Maria Rita sabe provocar.
Infelizmente ainda cheguei a tempo de não perder:
- o triste espectáculo, o show off, da tomada de posse de um presidente que não é o meu.
Felizmente, cheguei a tempo de:
- PARABÉNS, XANO!!!!
Agora, venha a próxima! Em frente que atrás vem gente...