31 janeiro 2007
Da discussão nasce a luz
A propósito do referendo à interrupção voluntária da gravidez, um comentário do Boni, ilustre visitante deste cantinho (assume, e acho bem que assuma, que votará «Não», embora denote nele algumas dúvidas suscitadas pelo texto que aqui publiquei há três dias) levou-me à seguinte resposta, primeiro em comentário, agora em post:
Compro dois argumentos do «Não», só dois, embora em última análise consiga encontrar motivos para contrariá-los. Obviamente também sou pela vida e também acho que já há vida às 10 semanas, ok. Mas não é este o argumento que compro porque não é isto que vai ser colocado em referendo. O que vai a votos é uma lei, injusta e, pior, impraticada (porque não acredito que nem tu nem alguém estejam dispostos a denunciar mulheres como a familiar da história que conto). Os tais argumentos do «NãO» de que falo, e que até compreendo, são:
1 - o aborto clandestino não vai acabar com o facto de se despenalizar até às 10 semanas porque 30 por cento (segundo sondagens) dos abortos são praticados para lá das 10 semanas;(Resp: Porém, há 70 por cento de casos que serão, finalmente, praticados em condições humanas, dignas e com o devido acompanhamento médico. Bastava que um se resolvesse e já valeria a pena)
2 - A sociedade ideal é a sociedade na qual ninguém tem de recorrer ao aborto (concordo!). Por isso o que há a fazer é criar leis que protejam as mulheres, que as acompanhem psicologicamente antes da gravidez, que as apoiem economica e socialmente.(Resp: OK, porém esta sociedade citada em cima é utópica. A real é aquela onde, desde 1998, mais de 5000 mulheres deram entrada em urgências de hospital com complicações pós-aborto-realizado-ilegalmente e é aquela onde ainda se morre por este motivo. E este é o problema que, urgentemente, temos de resolver. E, urgentemente, só mudando a actual lei)
Conclusões à parte:
1 - acusar o «NÃO» de fundamentalista é errado, porque, na verdade, o que move essa convicção é uma questão de valores que não está em discussão (sem ofensa, é portanto uma questão de ignorância do que está realmente em causa)
2 - acusar o «SIM» de fomentar o aborto (ou o aborto livre, como dizem) é absurdo, ridículo. Ninguém quer o aborto. O meu «Sim» (e penso que o da maioria dos «Sins») fomenta, antes, o fim de uma situação absurda: a existência de uma lei que ainda por cima não é praticada (de facto, não há mulheres presas). Então, para quê manter o aborto em condições sub-humanas se nem sequer a repressão da lei e o risco de prisão (ou de morte, pelos riscos de fazê-lo em vãos de escada) os consegue evitar?
Mude-se a lei, sejamos humanos. Como recentemente ouvi ao constitucionalista Vital Moreira, «o verdadeiro heroismo está na capacidade de conseguirmos, um dia, acabar com o flagelo do aborto sem nos escudarmos na repressão da lei. Isto é, onde está o heroismo de quem, na luta pela defesa da vida das mulheres e dos bebés, pode, mais cedo ou mais tarde, baixar os braços, dizendo 'ok, mais não posso fazer, se quiseres avança para o vão de escada e arrisca o julgamento'? Não, o verdadeiro heroismo está em consegui-lo sem essa lei repressiva como bengala, está em consegui-lo pelo esforço verdadeiro.»
Abraço, Boni, e obrigado pelo comentário. Da discussão, nascerá a luz...
Post Scriptum: Tenham ainda consciência de que este referendo não resulta em lei. Votar «SIM» não é votar numa lei sem sentido, é votar na alteração de uma lei retrógrada e repressora. Só depois se criará uma nova lei que, espero, inclua o acompanhamento psicológico e social que todos os casos merecem. Ponto.
Compro dois argumentos do «Não», só dois, embora em última análise consiga encontrar motivos para contrariá-los. Obviamente também sou pela vida e também acho que já há vida às 10 semanas, ok. Mas não é este o argumento que compro porque não é isto que vai ser colocado em referendo. O que vai a votos é uma lei, injusta e, pior, impraticada (porque não acredito que nem tu nem alguém estejam dispostos a denunciar mulheres como a familiar da história que conto). Os tais argumentos do «NãO» de que falo, e que até compreendo, são:
1 - o aborto clandestino não vai acabar com o facto de se despenalizar até às 10 semanas porque 30 por cento (segundo sondagens) dos abortos são praticados para lá das 10 semanas;(Resp: Porém, há 70 por cento de casos que serão, finalmente, praticados em condições humanas, dignas e com o devido acompanhamento médico. Bastava que um se resolvesse e já valeria a pena)
2 - A sociedade ideal é a sociedade na qual ninguém tem de recorrer ao aborto (concordo!). Por isso o que há a fazer é criar leis que protejam as mulheres, que as acompanhem psicologicamente antes da gravidez, que as apoiem economica e socialmente.(Resp: OK, porém esta sociedade citada em cima é utópica. A real é aquela onde, desde 1998, mais de 5000 mulheres deram entrada em urgências de hospital com complicações pós-aborto-realizado-ilegalmente e é aquela onde ainda se morre por este motivo. E este é o problema que, urgentemente, temos de resolver. E, urgentemente, só mudando a actual lei)
Conclusões à parte:
1 - acusar o «NÃO» de fundamentalista é errado, porque, na verdade, o que move essa convicção é uma questão de valores que não está em discussão (sem ofensa, é portanto uma questão de ignorância do que está realmente em causa)
2 - acusar o «SIM» de fomentar o aborto (ou o aborto livre, como dizem) é absurdo, ridículo. Ninguém quer o aborto. O meu «Sim» (e penso que o da maioria dos «Sins») fomenta, antes, o fim de uma situação absurda: a existência de uma lei que ainda por cima não é praticada (de facto, não há mulheres presas). Então, para quê manter o aborto em condições sub-humanas se nem sequer a repressão da lei e o risco de prisão (ou de morte, pelos riscos de fazê-lo em vãos de escada) os consegue evitar?
Mude-se a lei, sejamos humanos. Como recentemente ouvi ao constitucionalista Vital Moreira, «o verdadeiro heroismo está na capacidade de conseguirmos, um dia, acabar com o flagelo do aborto sem nos escudarmos na repressão da lei. Isto é, onde está o heroismo de quem, na luta pela defesa da vida das mulheres e dos bebés, pode, mais cedo ou mais tarde, baixar os braços, dizendo 'ok, mais não posso fazer, se quiseres avança para o vão de escada e arrisca o julgamento'? Não, o verdadeiro heroismo está em consegui-lo sem essa lei repressiva como bengala, está em consegui-lo pelo esforço verdadeiro.»
Abraço, Boni, e obrigado pelo comentário. Da discussão, nascerá a luz...
Post Scriptum: Tenham ainda consciência de que este referendo não resulta em lei. Votar «SIM» não é votar numa lei sem sentido, é votar na alteração de uma lei retrógrada e repressora. Só depois se criará uma nova lei que, espero, inclua o acompanhamento psicológico e social que todos os casos merecem. Ponto.
29 janeiro 2007
Tá frio?!

Ó malta, a gente sai à rua, pá! A gente tem sensores na pele e sabe que está frio! E que tal darem-nos uma novidade de vez em quando, hem?!. Está frio, pois está! É que já nem o facto de nevar em Lisboa é novo...
Pronto.
28 janeiro 2007
Deixem-se de cenas (para não dizer merdas), tá?!

Eu sei que é difícil acreditar nestas histórias mas elas acontecem.
Portanto, duma vez por todas, deixem-se de merdas! Malta do "NÃO", não me venham mais com argumentos! Porque eles não existem! Já chega, tá!
26 janeiro 2007
Calma contigo ó São daahh Kido!

Ah, servia esta lenga-lenga toda para perguntar à porra do moço, que até é simpático e tal, por que raio canta pelo português um gajo que se autointitula Sam the kid (lé-se 'são té quid')? Tájaber? Hum?
E já agora és cantor ou Master of Ceremonies (MC)? tá bem, és mestre de cerimónias...
Pronto passou-se a birra!